sábado, 26 de maio de 2007

Mercado da Droga é Insuportável afirma Presidente da Junta dos Prazeres

Empenhado e dedicado à causa pública, João Magalhães Pereira, eleito pela primeira vez presidente da Junta de Freguesia dos Prazeres, fala-nos um pouco da sua experiência neste seu primeiro mandato.
Como é do conhecimento público a Câmara Municipal de Lisboa está mergulhada numa profunda crise. De que forma vê a situação política que a cidade atravessa?


É uma situação atípica e historicamente única. Há circunstâncias que são absolutamente tão extraordinárias como o próprio acontecimento. Pela primeira vez há um número de forças políticas representadas que representam uma certa pulverização da vereação. Por outro lado há forças que agem de forma estranha ao próprio pensamento legislativo, por exemplo há vereadores que se achassem que qualquer decisão não era aceitável ou que não correspondia aos interesses da cidade iam denunciar à Polícia Judiciária como manifesto sinal de que alguns interesses desconhecidos estavam a ser satisfeitos com isso. E isso, segundo tenho conhecimento, acontecia praticamente em todas as reuniões de camarárias. Daí que os poderes Policiais e Judiciais com ondas sucessivas destas tivessem de tomar uma atitude. Por outro lado, quando o Presidente da Câmara tomou posse pediu uma sindicância para ter a certeza que ao ocupar um lugar com altas responsabilidades financeiras teria que sanear a situação anterior. O resultado de tudo isto não pode deixar de ser estranho que a conta gotas, e de uma forma sistemática foi-se intensificando, e de arguido em arguido chegou-se ao arguido final que é o próprio Presidente da Câmara. O pensamento das pessoas evolui e a ética é cada vez maior, mesmo vai mais longe que o sê-lo, vai até ao parecêlo e portanto chegou ao momento em que o PSD, através do seu Presidente, achou que era uma situação insustentável e que em Lisboa não podia continuar a haver essa suspeição.


Se for eleito um candidato apoiado por uma força política diferente que apoiou o Eng. Carmona, acha que as relações, os projectos e até mesmo o próprio desenvolvimento da Freguesia podem mudar?
Só vou responder pelo que ouço dosmeuscolegaspresidentesde Junta, que a diferença é abissal. Não no sentido de que seja mais prejudicial ou mais utilitária, não é propriamente isso, é a forma de relacionamento. A vereação tende a presumir a lealdade das Juntas de Freguesia que foram eleitas pela mesma força, portanto, quando necessita de politicamente tomar uma opção que seja de preferência relativamente a um ponto específico, preocupa- se menos a fazê-lo porque espera a lealdade. Têm é de ter o cuidado de comunicar. Nesse aspecto aparece um foco de prejuízo. Por outro lado, o acesso a pessoas que conhecemos previamente, da luta e da vida partidária dá uma aproximação que nos permite com mais facilidade as pequenas coisas serem obtidas de uma forma mais prestes. Tem estes dois lados da moeda que de certo modo é útil para a vida da cidade.
Lisboa é caracterizada por uma população um pouco envelhecida e a Freguesia dos Prazeres não foge à regra. Que actividades e projectos é que a Junta tem para os mais idosos?


Aqui, a média de idades é assombrosamente alta, no entanto vários projectos actuais estão a começar a modificar essa tendência. Dantes a Freguesia estava imóvel na sua população e as perspectivas não eram de grande mudança nesse sentido. Hoje em dia não, há construções que se têm feito de novo de grande qualidade arquitectónica, mas de facto começa a assistir- se a uma volta da população para estas zonas. O assunto com as pessoas de idade é importantíssimo.

Aqui era necessário haver uma porta a porta em todas as circunstâncias. A CML não tem vocação para transportadora e aquilo que faz, fá-lo com dificuldade. A zona de compras, tirando a zona do “Prior do Crato” embora com um comércio bastante diversificado, mas não o suficiente como seria necessário, principalmente em supermercados e tudo o que seja a pequena compra do dia-a-dia, que no caso da zona de Campo de Ourique há em grande quantidade e qualidade. Era necessário haver um porta-a-porta nesse sentido, até porque a Carris não faz esse serviço porque não tem recursos. É um dos nossos projectos pôr um sistema desses a funcionar.

A Freguesia tem um Centro de Dia que foi criado e gerido pelo Frei Miguel Contreiras e pela acção da Santa Casa, que faz a sua acção social e tem dentro um posto da Cruz Vermelha e que já me informaram que vai eventualmente encerrar, portanto a nossa necessidade absoluta é de ter um Centro de Dia e poder juntar aquelas pessoas todas. O problema da terceira idade e dos idosos nesta freguesia não é tanto a idade, mas sim o abandono e a solidão. As pessoas estão abandonadas nos prédios em 3º, 4º andares e águas furtadas onde estão sós e sem possibilidade de estarem a conviver com pessoas. Portanto o Centro de Dia seria outro dos projectos mais importantes. Há várias entidades a trabalhar perto dos idosos aqui na Freguesia, mas necessitaria de haver uma coordenação maior.


Existem pessoas a viver no limiar da pobreza?
Temos uma coisa extraordinária aqui mesmo ao lado do “Dispensário de Alcântara” que são as Irmãs Missionárias do Espírito Santo e temos na outra ponta o Banco Alimentar Contra a Fome. Essas irmãs fazem a distribuição dos géneros do Banco Alimentar e têm tido nesta Freguesia uma acção determinante. É claro que o poder civil tem de ter uma acção específica nesse sentido e é esse também um dos nosso objectivos, mas as coisas demoram o seu tempo porque a nossa sociedade está muito reduzida.
Quais são os principais problemas que o executivo da Junta tem pela frente na Freguesia?


Não deixa de ser estranho mas deveria ser o que acabámos de falar, o da sociedade cumprir a obrigação que tem para com os idosos, masoproblemaprincipal é o da Rua Possidónio da Silva que tem um núcleo de mercado de droga que é insuportável socialmente. Ao demolir o Casal Ventoso ninguém pensou que a droga acabasse nessa zona. O que aconteceu é que a droga mudou de sítio e desceu. Desceu de uma forma terrível e foi para uma rua onde moram as pessoas mais carenciadas da Freguesia. É ali que tudo funciona como um coito, um santuário e as pessoas têm o produto que nunca ultrapassa a quantidade legal, segundo me informam, e arrancam os passeios todos para esconder a droga por debaixo e eu passo a vida a reparar aqueles passeios. No outro dia estava um candeeiro quase a cair. Aquela comunidade está sob o ataque mais variado, primeiro por causa do tráfico de droga, segundo porque as escolas começam a estar em perigo e a certa altura deixam de ter o número suficiente de alunos e o Ministério fecha escolas sem atender ao que isso faz às famílias e às crianças. A Possidónio da Silva faz a ligação entre a Presidência do Conselho de Ministros e o Ministério dos Negócios Estrangeiros e em certa altura alguns poderes acharam que deveriam imobilizar os carros que se encontravam em cima dos passeios, e então começaram a bloquear a partir de baixo e a pôr imobilizadores e vejam lá que acabaram os imobilizadores mesmo quando começavam os carros dos traficantes! Vou ser politicamente incorrecto mas vou dizer, o problema da toxicodependência não é um crime mas uma doença e tem de ser tratada como tal.


Sente que de alguma forma há uma procura por parte dos jovens para virem morar na Freguesia?
Sim, assim acontece de facto, porque neste momento a procura continua a não corresponder com a oferta, mas a oferta continua a aumentar e começa a haver prédios que são arranjados por dentro. A causa porque isto está a acontecer é muito dramática. As rendas estão congeladas, as pessoas estão a morrer e por essa causa os prédios começam a esvaziar-se. Os senhorios conseguem o suficiente através do Recria ou de outras vias arranjar por dentro os espaços deforma a que casais novos se interessem por essa situação. A Praça da Armada é uma das mais bonitas de Lisboa e há um prédio que foi arranjado por dentro e está cheio de casais novos. É uma beleza ver-se as crianças cá em baixo a brincar. Nesta Câmara que agora se dissolveu conseguimos uma coisa extraordinária, que foi fazer um projecto específico para a Possidónio da Silva. A Vereadora Gabriela Seara dizia “…Vamos fazer dali uma Rua da Madalena, mas em que não é só as fachadas.”. É claro se aquilo tudo entrar em obras dificulta o tráfico e isso é mais uma coisa que queríamos fazer. Por falar em património, um dos edifícios que tem uma enorme relevância histórica e onde a rainha D. Amélia fazia a sua caridade era precisamente no Dispensário de Alcântara.


Que futuro está reservado para o Dispensário?
O Dispensário de Alcântara que pertencia ao Ministério da Saúde foi vendido à Sagestamo, que é uma empresa imobiliária do Estado, por cerca de 2,5 milhões de Euros e que o colocou no circuito de comercialização. Portanto o mesmo é dizer que o destino é o pior possível. Ou é a descaracterização ou o desaparecimento. Por mais que os próprios aquisidores o queiram conservar, nunca podem ir muito além da fachada, se não, de nada lhes vale o investimento. Como na zona o sistema dos Lofts teve um grande êxito comercial, temo o pior. Sei que entrou no IPPAR um pedido de mudança de uso para habitação, ora fazer ali habitação não é possível fazer sem descaracterizar completamente tanto o exterior como o interior.

O Dispensário está em enorme risco e esta Junta não podia fazer muito contra isso principalmente quando entra no circuito comercial a não ser tentar encontrar entidades que estivessem interessados naquele marco arquitectónico como tal como é. O Ministério dos Negócios Estrangeiros gostaria de fazer do Dispensário uma sala de leitura do arquivo diplomático, sem degradar o interior e exterior. Havia também a possibilidade dos Hospitais Civis de Lisboa fazerem ali o museu da História da Medicina em Portugal. Outra possibilidade era fazer o Museu da Independência e Restauração, algo que não existe em Lisboa. Neste momento o que sabemos é que está em vias de classificação como imóvel de interesse municipal e enquanto estiver assim não se lhe pode mexer nem por dentro nem por fora enquanto a Câmara não disser nada.

Tem-se falado num projecto da Administração do Porto de Lisboa, que consiste em criar um muro com mais de 500 metros de comprimento e cerca de 8 de altura que divide a cidade e o mar, e onde será feito um cais para paquetes de grandes dimensões, que terá hotéis, centros comerciais e zonas de habitação. Que pensa sobre este projecto?


Tenho visto e ouvido muitos projectos da Administração do Porto de Lisboa, qual deles o mais danoso para a cidade. Já vemos muros em Berlim, já vemos muros na capital do Chipre, vemos muros infelizmente a nascer na Palestina e em Israel. Nós vemos muros a separar o México dos EUA e há uma coisa que a gente sabe: Os muros nada resolvem, só complicam. O muro ao mesmo tempo tinha uma vantagem é que mostrava claramente à vista que Lisboa não é gerida de uma forma democrática.

É gerida pela CML na sua génese que é completamente democrática e por uma administração que é nomeada por razões que são exclusivas de interesses governamentais, pelas quais não tenho nada, mas de qualquer das formas são entidades que são nomeadas e que se arrogam a definir a cidade sem ouvir os habitantes e é algo que é absolutamente insuportável. Neste projecto da requalificação da Baixa-Chiado vejo a ideia da construçãoemmilhõesdeeuros, com um terminal de cruzeiros em frente a Alfama para pôr lá navios gigantes, onde o horizonte fica tapado por estes monstros flutuantes cuja rentabilidade é igual ao seu tamanho.

Temos em Lisboa e nesta Freguesia duas gares marítimas como não há no mundo, a Gare Marítima da Rocha de Conde de Óbidos e a Gare Marítima de Alcântara, que são marcos arquitectónicos da Arte Deco, como não há, inclusivamente com pinturas de um dos nossos e mais extraordinários pintores modernos e estão no meio de contentores com 5 e 6 metros de altura.

in

http://www.jornalregional.com/?p=cfcd208495d565ef66e7dff9f98764da&distrito=&concelho=&op=noticia&n=88840feb23430a3957d4dea7f2175393

domingo, 29 de abril de 2007

Campo de Ourique : Não esquecer Guernica


Espanha: Apelos à paz no 70º aniversário de Guernica

O 70º aniversário do bombardeamento da localidade basca de Guernica pela aviação alemã ao serviço do general espanhol Franco tornou-se hoje num símbolo da paz, numa homenagem às vitimas da guerra e numa esperança de pacificação do País Basco.
Representantes de dezenas de organizações públicas e privadas, de cidades bombardeadas em vários conflitos, sobreviventes do ataque a Guernica e líderes políticos, concentraram-se na localidade para a leitura da declaração «Guernica pela Paz».
O texto, lido pelo presidente do governo basco Juan José Ibarretxe, traduz uma «aposta incondicional» no diálogo como único caminho para conseguir a paz, quer no País Basco quer em qualquer ponto do planeta.
Qualquer esforço de paz obriga ainda ao «respeito à diferença e à aceitação mútua» e ao «compromisso de todos» pelos esforços «diplomáticos» de «trazer a paz a Euskadi (País Basco) e a todo o mundo».
Entre os presentes estava Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz de 1980, que aproveitou a ocasião para emitir um apelo ao governo espanhol para que «continue, apesar de tudo, a procurar os caminhos da paz», através do diálogo, para o País Basco.
Esquivel, galardoado com o prémio «Guernica Pela Paz e Reconciliação», apelou ainda à ETA para que abandone a violência, afirmando que o diálogo é a «única forma» de «pôr fim à espiral de violência».
Um dos momentos mais emotivos das celebrações de hoje ficou a cargo de Luis Iriondo, um dos sobreviventes do ataque de há 70 anos, que recordou que Guernica sofreu já duas infâmias e uma injustiça.
Considerando o bombardeamento «um acto de terrorismo» contra a população civil, deixando intactos os objectivos militares, Iriondo lembrou que durante décadas os franquistas negaram que tenham estado por detrás da ordem do ataque.
Os sobreviventes do bombardeamento imortalizado numa das obras mais famosas de Picasso serão igualmente homenageados, recebendo o prémio internacional «Guernica pela Paz e pela Reconciliação».
Na tarde de 26 de Abril de 1937 - uma segunda-feira de mercado -, sem aviso prévio, a Legião Condor da aviação alemã, apoiada por aviões italianos, bombardeou a vila durante três horas, reduzindo a localidade praticamente a escombros.
O primeiro avião foi visto pouco depois das quatro da tarde e cerca de 15 minutos depois ocorreu a primeira onda de bombardeamento, em que foram usados aviões Heinkell 111 e Junker 52, de bombardeamento e Heinkel 51 de caça.
Até agora desconhece-se oficialmente o número de vítimas do ataque - que se estima entre 150 e 250, dependendo das fontes -, que serão recordados com uma oferta floral no cemitério de Guernica.
Centenas de pessoas ficaram feridas e mais de 70% dos edifícios da localidade ficaram destruídos.
Vários dos sobreviventes aceitaram nas últimas semanas conversar com a imprensa, com alguns a regressar pela primeira vez, em dezenas de anos, à localidade onde nasceram e viveram.
Destruída na guerra, a localidade é hoje vista como um símbolo da paz, cuja mensagem é, há duas décadas, transmitida para todo o mundo pela «Gernika Gogoratuz», uma organização que quer consolidar a paz na região, em Espanha e no mundo.
Ainda hoje se especula sobre as motivações do bombardeamento, desde vingança pela morte de um piloto a ensaios para o que seriam depois as acções da Segunda Guerra Mundial.
Diário Digital / Lusa
26-04-2007 18:07:00

domingo, 22 de abril de 2007

Campo de Ourique Um Livro Para Não Esquecer : Corpo Sexualidade e Violência Sexual

CORPO SEXUALIDADE E VIOLÊNCIA SEXUAL
Análise e Intervenção Social
De Marlene Braz Rodrigues
Editado pelo CPIHTS e Veras Editora

Professora Doutorada em Serviço Social, a autora, a partir da sua experiência profissional no Instituto de Medicina de Lisboa, escreve num estilo muito próprio a terrível realidade que vivem as mulheres ( crianças, jovens, Mulheres ) vítimas de abusos sexuais. Na sua introdução deixa antevêr não só este tipo de violência, como demonstra cientificamente a violência que as instituições provocam nas vítimas atraves dos seus rituais de produção da verdade.

"Na minha prática profissional, não raras vezes, fui confrontada com situações algo semelhantes às de um filme de larga divulgação comercial, que de algum modo, contempla alguns aspectos do objecto da minha reflexão teórica. Trata-se do filme The Accused (Os Acusados), realizado por Jonathan Kaplan em 1988 e que proporcionou a Jodie Foster um Óscar. Vale sobretudo como documento sociológico, baseando-se o seu argumento num caso de violação de uma jovem americana, por um grupo de indivíduos da comunidade portuguesa de New Jersey, nos E.U.A., cujos ecos chegaram até nós, prestando-se a múltiplas leituras.

Procurando preencher o vazio das imagens com a “fraca” força das palavras, dir-se-á que, certa noite, Sarah (protagonizada por Jodie Foster) entra num bar onde toma uns copos, põe um disco na juke box e começa a dançar, entregando-se ao ritmo da música, numa movimentação não isenta de uma certa carga erótica. O que poderia não passar de um momento sem consequências, é transformado pela rapaziada circundante, em violação colectiva, sobre a mesa de bilhar, perante uma assistência, que incita e aplaude.

É este o ponto de partida para se enveredar por uma breve análise do tema, tentando percorrer o imaginário em que se apoiam determinadas formas de condenação e de julgamento da mulher-vítima. Esse imaginário é estimulado, a um tempo, por uma certa cumplicidade social, que conduz à culpabilização da vítima, e por uma espécie de solidariedade para com o agressor[1].

As mentalidades, atitudes e comportamentos retratados no filme “Os Acusados” põem em causa a própria noção de liberdade sexual, fundamento do tão apregoado bem jurídico tutelado.

Mas voltemos ao filme. Tarde da noite, numa cabina telefónica pública, um jovem contacta a polícia, relatando, num tumulto de palavras, ter visto três ou quatro homens a violarem uma jovem num bar próximo. Entretanto, a jovem, ferida e cambaleante, sai a correr do bar, acenando, em jeito de apelo desesperado, aos raros automobilistas que circulam àquela hora tardia. Um camionista pára e transporta-a ao hospital mais próximo.

Quando esta se encontra a ser examinada por uma médica do Serviço de Urgência, eis que surge uma assistente social do Centro de Apoio a Mulheres Vítimas de Violação para lhe assegurar ajuda. Uma outra mulher, promotora pública, vai registando as palavras debitadas
[1] Ainda que alguns considerem radical este tipo de observações, o facto é que ela expressa a cultura de uma sexualidade violenta, silenciosa, e disseminada na nossa sociedade. Deste modo, o tão apregoado bem jurídico tutelado – a liberdade sexual, nunca será uma realidade se as mentalidades, atitudes e comportamentos continuarem a ser semelhantes aos retratados no filme “Acusados”."


Á venda na
Livraria Ler
Lisboa - Santo Condestável
R Almeida Sousa 24-C
1350-011 LISBOA
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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

domingo, 28 de janeiro de 2007

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Os cafes que Frequentava Cavaco Silva

Café Canas e Ruacaná
Canas e Ruacaná, estes são os nomes dos dois cafés de Campo de Ourique onde o Presidente da República passou diversas tardes de estudo e conversa nos anos 60, quando ainda era universitário.
Se ao Canas, apesar de renovado, continuam a ir muitos estudantes e pessoas das letras, já no Ruacaná apenas a memória sobra do tempo de Cavaco.Cavaco Silva disse domingo, no aniversário dos 225 anos do café Martinho da Arcada, que passou muito tempo nas mesas de café do Canas e do Ruacaná a estudar, a fazer o Totobola ou a discutir cinema.
Mas, o que sobra hoje do Canas e do Ruacaná de que Cavaco se lembra?Quase centenário, o Café Canas fica situado na Rua Saraiva de Carvalho e continua a receber diariamente um batalhão de estudantes. "Costumam vir cá almoçar todos os dias, até temos um menu estudante que custa apenas 4 euros", disse ao DN Elsa Santos, empregada de mesa. "Estão cá muitos jovens a estudar ao fim da tarde e depois voltam cerca das 22.00", rematou a funcionária.
Nos anos 60, o Canas viveu a sua época de ouro com muitos estudantes a encherem o estabelecimento comercial. Apesar de não se lembrar de Cavaco Silva, em especial, João Bastos, que é cliente da casa há 60 anos, recorda-se bem do ambiente da altura. Naquela época "havia sempre muita gente a estudar", relata o cliente habitual.Orgulhoso da casa que gere, António Justo diz que "o Canas agarra naquilo que já foi, na sua história, para se ajustar às necessidades actuais".
O gerente diz ainda que a casa sofreu altos e baixos ao longo da sua vida, mas que entre os momentos altos, houve dois: o actual e o tempo em que Cavaco frequentava o café. Esplanada rodeada por canas . As canas que dão nome ao café vêm de um tempo que Cavaco Silva conheceu, quando o então estudante se reunia lá com os colegas e se sentava numa esplanada que era rodeada por canas. Essa divisão, hoje em dia, é uma sala de refeições coberta e tem um design moderno e acolhedor. Os clientes do Canas são muito diferentes, vão desde os jovens estudantes até idosos.
O famoso café de Campo de Ourique é frequentado por conhecidas pessoas das artes e letras portuguesas e por professores universitários que vão ao Canas fazer almoços demorados que se estendem por quatro horas. "No Canas, as pessoas estão o tempo que quiserem", diz o gerente da casa.
O mesmo se passava nos anos 60, quando o actual Presidente bebia uma bica e usava uma mesa a tarde inteira.Ruacaná sem estudantesO Canas mudou muito desde os anos em que Cavaco lá passava as tardes, mas continua a ser um ponto de encontro para estudantes.
Em contrapartida, no Ruacaná tudo mudou. Foi fundado em 1952 e fica na Rua Almeida e Sousa, a mesma rua em Campo de Ourique onde o chefe do Estado tinha o seu pequeno apartamento de estudante.O sócio-gerente do café, Paulo Lopes, conta que, naqueles tempos, os estudantes eram muitos no seu estabelecimento: "A juventude migrou. O Ruacaná é um espelho da própria cidade. Quem vem aqui são os mais velhos."
in DN online
21 de Janeiro

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Campo de Ourique Petição Publica Contra COBRO ABUSSIVO da Banca

PETIÇÃO PUBLICA CONTRA A BANCA
Só para fazer levantamentos no Multibanco vão passar a cobrar-nos 1,50 € (300 escudos em moeda antiga). Só nos resta voltar a meter o dinheiro debaixo do colchão (roubados por roubados, antes por quem precisa), investir num cofre bem forte, ou voltar a usar cheques, para obrigar os bancos a contratarem mais pessoal para os balcões ou abolirem estas taxas indecentes. É tudo uma questão de hábito. Dantes não havia multibanco e a vida funcionava na mesma, não era?

Assinem em LETRAS BEM GORDAS e reencaminhem para o maior número de pessoas: está na altura de dizer NÃO.
Assina a petição contra as inaceitáveis taxas de Multibanco e passa a informação para os teus contactos:http://www.PetitionOnline.com/bancatms/

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Campo de Ourique Simone de Beauvoir


A Luta Continua....

O QUE RESTOU DE SARTRE E SIMONE
A mítica Paris do casal-símbolo da liberdade é revisitada em álbum de fotos na França Paulo Roberto Pires 02.03.2002fragmento extraído do Caderno Idéias Jornal do Brasil (versão impressa)

Sentados num banco de pedra no Jardim do Carroussel, praça diante da entrada principal do Louvre onde hoje se erguem as polêmicas pirâmides de vidro, Jean-Paul-Charles-Aymard Sartre e Simone-Ernestine-Lucie-Marie Bertrand de Beauvoir decidiram firmar, em 1929, um contrato de dois anos. Quem propôs foi ele, aos 23 anos um brilhante e indisciplinado aluno da École Normale Superieure, passagem obrigatória de dez entre dez grandes intelectuais franceses. Segundo ela, que tinha 21 e também pleiteava uma agrégation em filosofia, a proposta era clara: "Entre nós, trata-se de um amor necessário: convém que conheçamos também amores contingentes." Se esta cena chega até hoje com tamanha riqueza de detalhes é porque seus protagonistas assim o desejaram. E, mais do que isso, deliberadamente fizeram de suas vidas uma daquelas narrativas fundadoras: Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, sinônimos de intelectual, existencialismo, engajamento, liberdade e liberação.

Nesta história, hoje é impossível — e sobretudo inútil — separar obra de vida, mito de verdade, existência de aparência. Sartre & Simone são quase uma entidade e, por isso mesmo, só podem ser medidos pelas escalas da paixão, da adoração ao ódio com paradas obrigatórias na herança de suas obras, esta concreta, para a filosofia contemporânea, a militância socialista e o feminismo. Num destes extremos está Le Paris de Jean-Paul Sartre et Simone de Beauvoir, álbum luxuoso de Jean-Luc Moreau (texto) e Bruno Barbey (fotos) que refaz a geografia dos dois na cidade em que "nasceram, viveram e morreram".
No outro, o acerto de contas em que Bernard-Henri Lévy faz no ensaio O Século de Sartre. No centro de tudo, se é que é possível localizá-lo, o Sartre "ele mesmo", livre de comentadores, na primeira versão brasileira completa da Crítica da Razão Dialética, a mais alentada obra de sua maturidade, publicada originalmente em 1960.

O "amor necessário" que uniu por 50 anos Sartre e Simone era, na verdade um ménage-à-trois. Não pelos incontáveis amantes que de comum acordo freqüentaram as vidas de um e de outro até o fim. O terceiro e permanente vértice do triângulo foi, sem força de retórica, Paris. E um perímetro bem definido da cidade que mais concentra fantasmas literários em todo o mundo: seus domínios abrangiam um jardim (o Luxemburgo) e algumas dezenas de ruas em tomo dele, dos bairros de Saint-Germain-des-Prés a Montparnasse. "Se considero a linha geral de minha vida, ela me impressiona por sua continuidade", escreve Simone no último volume de suas memórias, Balanço Final (Tout compte fait). "Eu nasci, eu vivi em Paris: mesmo nos anos passados em Marselha, em Rouen, continuei ancorada lá." Partindo destas e de outras anotações — principalmente das memórias da autora de O Segundo Sexo, mais generosa em confissões —, Jean-Luc Moreau montou os itinerários visuais de Le Paris de Jean-Paul Sartre et Simone de Beauvoir.
O livro das Éditions du Chêne faz uma montagem da Paris de ontem e de hoje para mostrar como o primeiro "casamento aberto" da história foi fiel em sua obsessão pela cidade. As imagens da cidade nas décadas de 20 e 30, "anos de aprendizagem" de um e de outro, vêm em sua maioria da insuperável objetiva de André Kertész em belos detalhes da vida em Montparnasse como uma cena de rua, uma chaminé ou o flagrante jornalístico de uma lavanderia. São as imagens-cenário do livro, sempre comentadas pelas tomadas em cor, contemporâneas, de Bruno Barbey. Cliques anônimos dão conta dos personagens na época, também retratados, como não poderia deixar de ser, em seus portraits clássicos de Henri Cartier-Bresson.

Entre bibliotecas, livrarias, cafés e cabarés, os jovens Sartre e Simone começam a tecer os laços, que se mostrariam indiscerníveis, entre vidas e obras. Ao lembrar 1946, quando passou a dividir com a mãe o famoso apartamento da Rue Bonaparte — de onde via a igreja de Saint-Germain, o café Les Deux Magots e a praça que foi rebatizada em sua homenagem e de Simone — Sartre dá a medida da importância da cidade em sua vida: "Até então sempre vivi no hotel, trabalhei no café, comi no restaurante e isso era muito importante para mim, o fato de não ter nada. Era uma forma de saúde pessoal; eu teria me sentido perdido — como se sentia Mathieu — se tivesse tido um apartamento meu, com móveis e objetos pessoais."

A poucos metros de seu balcão da Bonaparte; estavam as caves de "má reputação" para a provinciana Paris dos anos 40, onde o existencialismo se difundia como uma moda e o jazz, via bebop, começava a invadir a cidade. Eram as noites em que o Sartre pianista amador atravessava ao lado de Boris Vian, o romancista, compositor e trompetista que fez uma deliciosa trilha sonora destes anos loucos em músicas como Je suis snob ou Fais-mal à moi, Johnny. Também ali, cercado por um entourage que ia de Albert Camus (antes da briga que os separou para sempre) a Juliette Greco, articulou a fundação da revista Les Temps Modernes, um dos marcos da radical politização de sua atuação pública dos anos 50 aos 70.

O casal sempre morou em apartamentos separados. Simone, inicialmente, vivia num studio na Rue de la Bûcherie, rua onde funciona hoje a livraria Shakespeare & Company (ponto intelectual da Paris de Hemingway e James Joyce), com generosa vista para a Notre Dame, o que impressionou muito seu "marido" americano, o Nelson Algren de O Homem do Braço de Ouro. Em seus últimos anos, ela voltou para Montparnasse onde nascera, ocupando um studio duplex com vista para o belo cemitério onde seria enterrada no mesmo túmulo de Sartre. O filósofo, por sua vez, depois de ter o apartamento atingido por duas bombas, também transferiu-se em 1962 para as imediações do cemitério.

Faziam dos restaurantes clássicos da região seu refeitório. Eram figurinhas fáceis no Dôme e sobretudo no La Coupole, cenário de uma das melhores fotografias do livro, de autoria do próprio Bruno Barbey: em 1969, já marcados pela idade, dividem uma mesa e um jornal como pacatos velhinhos parisienses. Difícil acreditar que são os mesmo que, depois das revoltas de maio — "68 chegou um pouco tarde para mim", dizia um Sartre alquebrado — passam a militar na esquerda radical, em manifestações de apoio a operários e sindicalistas. Depois da morte de Sartre, em 1980, Simone não perdeu a verve e é notável sua fotografia, altiva e sorridente, numa barulhenta manifestação pela legalização do aborto.

Em tudo e por tudo, Le Paris de Jean-Paul Sartre et Simone de Beauvoir mitifica ostensivamente o casal. Reflete, ainda que de forma light e charmosa, o peso histórico que um intelectual como Bernard-Henri Lévy suporta com dificuldade. No dia 19 de abril de 1980, quando tinha 30 anos "e um bom lote de entusiasmos, de ilusões, de decepções", Lévy estava entre as 50 mil pessoas que foram ao cemitério de Montparnasse se despedir de Sartre. Como o diretor Claude Lanzmann disse a Simone, com quem dividiu o comitê da Temps Modernes (que edita até hoje) e um casamento bem à la Beauvoir, o enterro foi "a última manifestação de 68". Como nas revoltas dos "sessentaoitistas", Lévy estava lá movido por sentimentos vagos, sem saber muito bem por que: "pouco importava, ficou claro, saber se eu havia amado ou detestado Sartre, ou ainda, se o havia amado apesar de o detestar, ou mesmo o inverso. Contavam apenas aqueles sentimentos controversos que ele inspirava, em sua época e que, sobretudo, insuflava."
Paulo Roberto Pires é editor de cultura do site nominimo.ibest.com.br

Cavaco Silva lembra o Campo de Ourique dos seus tempos de Estudante

Born July 15, 1939 at 12:00 PM (unknown)in Boliqueime, Algarve (Portugal)
Cancer 22°04

Cavaco recorda no Martinho da Arcada os tempos de Estudante


Segundo reportagem do semanário SOL, "O Presidente da República recordou este domingo o tempo em que morava num quarto alugado e estudava nos cafés de Lisboa, obtendo nos exames da universidade resultados «bastante razoáveis», a propósito dos 225 anos do café Martinho da Arcada.


Convidado para a sessão comemorativa dos 225 anos do Martinho da Arcada, café que foi frequentado por figuras como Fernando Pessoa, o Presidente da República, Cavaco Silva, aproveitou, no seu discurso, para lembrar os tempos de estudante universitário.


Cavaco Silva saudou os presentes no almoço comemorativo, como o cineasta Manoel de Oliveira, «em particular os proprietários, os membros da família Sousa», e referiu que um dos governos que liderou contribuiu no final dos anos 80 «para a recuperação desta casa».


«Eu compreendo bem que Fernando Pessoa tenha passado aqui muitas e muitas horas da sua vida escrevendo poemas. Nos tempos em que eu era estudante, nos anos 60, vários cafés de Lisboa eram vistos como espaços privilegiados para os jovens», afirmou.


«Principalmente aqueles que viviam em quarto alugado, como era o meu caso. O meu quarto alugado era em Campo de Ourique, aliás, bem próximo da Casa Fernando Pessoa», acrescentou, contando que ficava no café «na parte da tarde, todos os dias, durante horas a fio».


Cavaco recordou que se sentava com os colegas nos cafés Canas ou Rucaná e que aí se preparavam para os exames e «se preenchiam os boletins do Totobola, se apresentavam as últimas anedotas, se lia o jornal e se discutia os últimos filmes».
O único consumo era «a bica» e «quando era no princípio do mês, a meio da tarde ainda havia dinheiro para o lanche, que normalmente era um iogurte ou um copo de leite acompanhado de uma torrada ou de um queque», relatou.


«E foi assim que me preparei para a quase totalidade dos exames até ter sido chamado para a tropa. O método, pelos vistos, não foi mau. Os resultados conseguidos foram bastante razoáveis», concluiu o chefe de Estado.


O Presidente da República terminou o seu discurso considerando que «o convívio nos cafés continua a ser uma marca inquestionável do espaço europeu, uma marca indiscutível da cidade de Lisboa», e fazendo votos para que o Martinho da Arcada «continue durante muitos e bons anos a servir, como até aqui», a capital.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Os Golos do Milénio

Club Campo de Ourique ...História do Futebol Português

O Blogue
Recordes da Bola
Publicou este artigo excelente que copiamos na integra para o nosso e deixamoso contacto.
"História do Futebol Português "

Uma viagem no tempo, para percebermos como foram os primórdios do futebol português, e como se escrevia naquele tempo, por isso, mantive o texto tal como foi publicado no jornal “Os Sports Ilustrados” de 5 de Outubro de 1910.

Club Campo d’Ourique
(Um clube, que se ainda existisse, seria o mais antigo, do futebol português)

Na nossa galeria de clubs sportivos cabe hoje a vez ao Club Campo de Ourique, cuja historia é muito interessante no nosso meio desportivo.

O club fundou-se em 1896, sendo constituido exclusivamente por individuos residentes em Campo d'Ourique, entre outros os irmãos del Negro, Carlos d'Abreu, Jorge Aldim, Levy Jenochio, Raul Pereira, etc. Desenvolveu-se apesar da apathia e desorganisação dos outros grupos de foot-ball, que poucos eram ao tempo, até que em 1902, depois de um match memoravel com o grupo Eagleson, constituido pelos melhores elementos d'esse tempo, (Emilio, Couto, Silvestre, Personio, David, irmãos Bentes, Charles Etur, Eagleson, Vieira e Garrido) se impõe e passou a exercer uma activa e decisiva influencia na propaganda de foot-ball, já porque aggregara jogadores como Manuel Móra, Albano dos Santos, José Netto, irmãos Bentes, Dr. Bonhorster, Pires, José Diniz, Alfredo Viegas, José Escrivanis, Candido Silva, irmãos Berneaud, Henriques, back do actual Sport Lisboa e Bemfica, irmãos Shirley, Augusto Freitas, Urbano de Castro, Silva Monteiro, Jacob Freitàs, Thadeu Monteiro, etc, etc, já porque era o unico club lisbonense que então ousava lançar desafios ao Lisbon Crichet Club (1904 e 1905) servindo assim de exemplo, estimulo e incentivo aos outros jogadores, para se agruparem e fundarem novos clubs,

De facto, em 1905 apareceu a desafiar o C. C. O. o Grupo de Sacavém, capitaneado por Charles Etur. Foram dois bellos matchs jogados no Campo das Salesias, presenceados por numerosa gente, que se enthusiasmou com as diversas phases do jogo.
Mezes depois, fundavam-se o Colonial Company e Sport Lisboa, com quem os teams do C. C. O. jogaram diversos matchs.

Carlos Villar, chegado d'Africa e já então socio do C. C. O., era um enthusiasta admirador da obra de propaganda do seu Club, á qual tecia rasgados elogios.

Em 1906 desagregam-se alguns elementos do C. C. O., e, conjunctamente com outros, fundaram a Cruz Negra. Carlos Villar, que egualmente se demitte, funda o Club Internacional de Foot-Ball. Não deixou, contudo, o C. C. O., com a deserção d'estes elementos de existir, muito embora d'ella se resentisse.

Tendo-se dissolvido a Cruz Negra, voltam aos teams do Campo d'Ourique os jogadores que d'elles tinham sahido, continuando a disputar varios matches, os mais importante dos quaes foram jogados contra o C. I. de F. e S. L.

Em 1908-1909 fundou-se o Grupo Imperio e, novamente, jogadores do C. C. O. sahem para irem fazer parte dos seus teams. Ainda d'esta vez o C. C. O. não desanima e tendo havido, dissenções entre a Direcção do Grupo Imperio e os antigos jogadores do C. C. O., estes são reintegrados no seu antigo Club.

Em 1910 inscreveu-se na Liga Portugueza de F. B. e a maneira como se apresentou e jogou é do conhecimento de toda a gente, jogando ainda fóra da Liga varios matches com o 1º team do C. C. O.
Como se vê, o C. C. O. é um Club de bellas tradicções, que muita gente desconhece, porque em tempos os jornaes não attendiam ao sport, como se o sport fosse um assumpto sem importancia.
O Club Campo d'Ourique contêm elementos que cultivam de tal maneira os sports que se destacam notavelmente, como os irmaos del Negro, Jorge Aldim, Álvaro Ferreira, Levy Jenochio, Carlos d'Abreu, J. Costa Pires, A. Moraes, etc, campeões na lucta, no remo, na esgrima, gymnastas, athletas, etc, além de foot-ballers.

Vive o Club ha 14 annos! 14 annos de propaganda, de enthusiasmo. E' portanto o C. C. O. o mais antigo Club portuguez de foot-ball, com séde em Lisboa, e um dos que melhor tem resistido aos embates da adversidade.

Já está inscripto para o torneio da Associação Foot-ball de Lisboa, da epoca 1910-1911. Vae com três teams, o que é mais uma prova da sua vitalidade

A Voz do Partido Socialista

Campo de Ourique a Leitura da Oposição PCP

Campo de Ourique A Leitura da Oposição BE

Pescadores de Nazaré

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Dicionário de Mulheres Rebeldes


Ana Barradas, investigadora e feminista portuguesa nos brinda um excelente trabalho.

Livraria Antiquária de Campo de Ourique


A ANTIQUARIA DE CAMPO DE OURIQUE


A Antiquária de Campo de Ourique era uma antiga papelaria ( Moderna) do bairro que por volta da década de 80 se transformou em livraria. Situada na Saraiva e Carvalho, ladeada pelo Canas e pela farmacia, junto da paragem do 28. nesta Livraria encontra de tudo: livros, pinturas,gravuras,cartas,mapas,pautas musicais, cerâmica, etc.


Frequentada por estudantes, professores, coleccionadores, diplomatas ou simples vizinhos que gostas de admirar as antiguidades das pinturas ou comprar romances dos clássicos a Antiquaria faz jus ao seu nome.





Dona Crisálida Filipe, a sua dona , conhecedora do ramo pode ajudar a encontrar nas prateleiras àquelas coisas que procura. Eu vi estas pinturas nas montras que deixo para graficar esta referência.



Livraria Antiquária de Campo de Ourique
Rua Saraiva de Carvalho,145-E
1350- 300 Lisboa
Tele. 213965579
TM 968021625